A Estação Ecológica do Seridó (ESEC Seridó), criada pelo Decreto de lei n° 87.222 em 31 de maio de 1982, constitui uma área de 1.166,38 hectares, localizada geograficamente entre 6°35’ a 6°40’S e 37°15’ a 37°20’W, e situada no município de Serra Negra do Norte, sudoeste do estado do Rio Grande do Norte. A ESEC está inserida na Depressão Sertaneja Setentrional, uma das áreas mais secas das Caatingas. O clima é semiárido quente e seco, com curta estação chuvosa predominante nos meses de março a maio, com índice de precipitação entre 500 e 700 mm/ano. A vegetação é do tipo hiperxerófila arbóreo-arbustiva, com estrato herbáceo denso apenas na estação chuvosa. Os solos são pedregosos, e em meio à vegetação arbóreo-arbustiva são encontradas várias extrusões rochosas (afloramentos rochosos).
O reconhecimento da região do Seridó potiguar e do Cariri paraibano como Áreas Prioritárias para a Conservação dos Répteis das Caatingas, aliada à escassez de estudos ecológicos, subsidiou a aprovação e destinação de recursos do CNPq para um Programa Ecológico de Longa Duração (PELD/Caatinga: estrutura e funcionamento) para essas regiões por um período de 10 anos. A partir de 2002, no âmbito do subprojeto Répteis, iniciou-se uma série de estudos do Laboratório de Herpetologia da UFRN na ESEC Seridó, tendo como objetivos averiguar a variação da história natural e dos parâmetros populacionais das espécies de lagartos e serpentes. Parte dos resultados desse projeto foi publicada resumidamente em FREIRE et al. (2009), com algumas informações inéditas sobre a ecologia de populações de lagartos habitantes da região do Seridó do Rio Grande do Norte, incluindo os pares de espécies simpátricas e sintópicas Tropidurus hispidus e T. semitaeniatus (Tropiduridae), Phyllopezus pollicaris e P. periosus (Phyllodactylidae). Mais recentemente, outros trabalhos referentes à ecologia e comportamento de lagartos da ESEC Seridó, também resultantes do PELD/Caatinga, foram publicados, referentes às espécies de Tropidurus (RIBEIRO et al., 2008; KOLODIUK et al., 2009; RIBEIRO & FREIRE, 2009a; RIBEIRO & FREIRE, 2009b; RIBEIRO & FREIRE, 2009c; KOLODIUK et al., 2010; RIBEIRO & FREIRE, 2010; RIBEIRO et al., 2010; RIBEIRO & FREIRE, 2011; SALES et al., 2011a; RIBEIRO et al., 2012), Ameiva ameiva (SALES et al., 2011b; SALES et al., 2011c), Ameivula ocellifera (SALES et al., 2012; SALES & FREIRE, 2015), Hemidactylus agrius (ANDRADE, em preparação), e Gymnodactylus geckoides (ANDRADE, em preparação). Os estudos ecológicos vinculados ao PELD se consolidaram em 2011, com a realização de um monitoramento da comunidade de lagartos do Seridó e avaliação de padrões na utilização dos recursos pelas espécies (ANDRADE et al., 2013). Mesmo após o fim do PELD, os estudos na ESEC Seridó continuam, avaliando história natural e ecologia comportamental de lagartos e serpentes da Caatinga. Também se destacam na ESEC os estudos do Laboratório de Herpetologia da UFRN na área multidisciplinar, sobre percepção ambiental e etnoconhecimento das comunidades que habitam o entorno desta Unidade de Conservação (SILVA et al., 2009; SILVA & FREIRE, 2010a; SILVA & FREIRE, 2010b).
Atualmente são conhecidas 14 espécies de lagartos, 1 de anfisbena, 12 de serpentes, e 14 de anfíbios anuros com ocorrência na ESEC Seridó. Algumas imagens abaixo:
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